sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Aktion 1005

Fonte: http://www.deathcamps.org/occupation/1005.html
Aktion 1005

Sob o codinome "Aktion 1005", os alemães tentaram encobrir todos os traços da política de extermínio nazista no leste, abrindo sepulturas em massa e cremando centenas de milhares de corpos.

O codinome teve sua origem no arquivo número 1005, usado na correspondência relacionada entre o chefe SS-Gruppenführer Heinrich Müller da Gestapo e Martin Luther, membro do escritório de assuntos estrangeiros. Todas as unidades envolvidas receberam o nome "Sonderkommando 1005" (comando especial 1005).

A ação foi planejada no início de 1942 por três razões:

1. Os aliados haviam obtido conhecimento do extermínio em massa alemão.

2. As vítimas de fuzilamentos e gaseamentos rapidamente enterradas tornaram-se um problema de saúde. Em Chelmno, Auschwitz Birkenau, nos campos Aktion Reinhard e outros sítios de extermínios (Einsatzgruppen), os corpos eram enterrados em sepulturas comunais.

Muito rapidamente, as autoridades questionaram este método de descarte dos corpos. Próximo das duas câmaras de gás em Auschwitz-Birkenau (Bunkers I e II), o sol do verão fez com que os cadáveres inchassem. A superfície estourasse, e uma substância negra e mal-cheirosa apareceu, contaminando o lençol de água. O fedor horrível atraiu milhões de moscas, e a região inteira sofreu em conseqüência.

O mesmo aconteceu em vários outros sítios, uma vez que o verão de 1942 foi extremamente quente.

3. Os nazistas pensaram que as futuras gerações pudessem não compreender os extermínios em massa.

Na fase experimental, entre 1942 e 1943, aconteceram as primeiras cremações nos campos de extermínio, supervisionadas pelo SS-Standartenführer Paul Blobel, diretamente subordinado a Müller.

Blobel desenvolveu diferentes métodos de cremação: por exemplo, camadas alternadas de corpos e lenha, ou o uso de trilhos como grelhas.

Durante a segunda fase, de junho de 1943 até meados de 1944, as unidades do "Sonderkommando 1005" receberam ordens para abrir as sepulturas em massa na Polônia, nos estados bálticos e no território ocupado da ex-URSS.

Cada Sonderkommando consistia de vários oficiais SD e membros da Sipo e Orpo. Cem judeus, às vezes mais, eram forçados a abrir as sepulturas em massa, exumar e queimar os corpos, e examinar as cinzas em busca de objetos de valor. Os trabalhadores judeus eram mortos quando o processo de cremação era completado.

No começo, o Sonderkommando abriu sepulturas em massa próximas ao campo de Janowska em Lviv (Lwow). Em agosto de 1943, duas unidade foram criadas em Kyiv (Kiev) (Ucrânia): "Sonderkommando 1005-A" e "Sonderkommando 1005-B".

O "1005-A" operou na Ucrânia (entre Dnipropetrovsk (Dnjepropetrowsk) e Berditchiv (Berditschew)), por exemplo em Babi Yar. Lá, o "Einsatzgruppe 4a" de Blobel havia fuzilado 33.771 judeus de Kyiv em 29 e 30 de setembro de 1941. De 18 de agosto até 19 de setembro de 1943, cerca de 44 homens da SS e SD forçaram 327 internos do campo de
Syrets a exumar e queimar os corpos. Depois, o "1005-A" foi ordenado a Berditchiv, Belaja Zerkov, Uman e Kamenets-Podolski. Como o Exército Vermelho estava se aproximando, esta unidade foi então enviada para Zamosc (distrito de Lublin), e finalmente para Lodz para a guarda dos transportes de derportação do Gueto de Lodz para Auschwitz.

O "1005-B" limpou as sepulturas em massa em Dnipropetrovsk, Kriwoi Rog e Nikolaiev. Depois, a unidade foi enviada para Riga, e foi estacionada no campo Salaspils.

Na Bielorrússia oriental (distrito militar), duas unidades foram criadas: "Sonderkommando 7a" e "7b". Elas abriram sepulturas em massa próximas a Gomel, Mogiljow, Bobruisk e Vitebsk. Na Bielorrússia ocidental, o "Sonderkommando 1005-Mitte" (liderado por Max Krahner) estava ativo. Ele estava estacionado no campo de extermínio Maly Trostinec próximo a Minsk, onde exumou e cremou de 40.000 a 50.000 corpos de judeus de Minsk e do Reich. Depois, a unidade esteve ativa na região Molodetschno, Brest-Litowsk, Pinsk, Kobrin e Lomza. Em 16 de agosto de 1944, a unidade foi mandada para Lodz, onde montou guarda para as deportações de judeus do gueto para Auschwitz.

Sonderkommandos locais foram estabelecidos em várias outras cidades e regiões, dos estados bálticos à Iugoslávia (68.000 corpos).

Por fim, os homens do Sonderkommando serviram em Kärnten (Caríntia) na unidade anti-partisan "Einsatzgruppe Iltis" até o final da IIGM.

Julgamentos do "Sonderkommando 1005":

Heilbronn, 1962-63:
Theimer, Rudolf - 4 anos
Ofensas criminais de uma seção do "Sonderkommando 1005" que foi responsável pela destruição de sepulturas em massa. Fuzilamento em massa de no mínimo 45 prisioneiros judeus do comando de trabalho.
Fuzilamentos individuais de 10 prisioneiros, que haviam sido levados para o KL Borek para execução.

Koblenz, 1963-1965:
Dalheimer, Karl Robert - 4 anos
Harder, Arthur Alexander - julgamento anulado; nenhum julgamento subseqüente pôde ser verificado.
Heuser, Georg Albert Wilhelm - 15 anos
Merbach, Friedrich - 7 anos
Schlegel, Rudolf - 8 anos
Stark, Franz - prisão perpétua
Wilke, Artur Fritz - 10 anos
Feder, Johannes Hugo Otto - 4,5 anos
Kaul, Wilhelm - 4,5 anos
Oswald, Jakob Herbert - 4 anos
Toll, Eberhard Richard Ernst von - 4,5 anos
(Polizei Sipo Minsk, Sonderkommando 1005)
Crimes cometidos em Minsk, HS KL Gut Trostinez, Koidanow, Rakow, Slonim, Sluck.

Fuzilamentos, gaseamentos em "caminhonetes de gaseamento", assim como por queimar vivos milhares de judeus soviéticos e da Europa ocidental, que haviam sido deportados para Minsk, ciganos, mentalmente incapacitados e outros civis soviétocs e agentes soviéticos, durante os anos de 1941-1944, dentro do território sob jurisdição do KdS/BdS Minsk. Fuzilamentos de represália: entre eles, a execução de 300 homens, mulheres e crianças de Minsk, depois de um atentado contra a vida do Generalkommissar Kube.

Hamburg, 1968:
Drews, Otto Erich - prisão perpétua
Goldapp, Otto Hugo - prisão perpétua
Krahner, Max Hermann - prisão perpétua
(Sonderkommando 1005)

Extermínio de judeus e outros prisioneiros, colocados para trabalhar na exumação das sepulturas em massa na Polônia e Bielorrússia (em Minsk, KL Gut Trostinez, Pinsk, Smolewitsche, Kobryn, Slonim, Lomza), por fuzilar, gasear e pela explosão de um bunker de prisioneiros.

Stuttgart, 1969:
Helfsgott, Walter Ernst - absolvição
Kir., Fritz Karl - absolvição
Soh., Hans Friedrich - 4 anos
Zie., Fritz Otto Karl - 2,5 anos
(Sonderkommando 1005A, Sonderkommando 1005B)
Fuzilamento ilegal de judeus (principalmente) e outros prisioneiros
próximo à exumação de sepulturas em massa na ravina de Babi-Yar
próxima a Kiev, Uman, Kamieniec-Podolski, Nikolajew, Samocz, Belaja-
Zerkow, Woskresenskoje, e ao redor de Riga.

Fotos: USHMM* (foto da esquerda: SS-Gruppenführer Heinrich Müller da Gestapo e da esquerda SS-Standartenführer Paul Blobel)

Fonte: Encyclopedia of the Holocaust
Justiz und NS-Verbrechen, Vol XXVII

© ARC 2005

(Tradução Marcelo Oliveira)

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