sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Salvadores Alemães 5 - Sigurd Larsen, Gertrud Luckner e os Marcuse

Sigurd Larsen

Sigurd Larsen criou-se em Berlim, filho de pai dinamarquês e mãe alemã. Participou como soldado alemão na primeira guerra mundial onde ficou gravemente ferido.

Joachim Marcuse (nascido em 1917), perseguido por ser judeu, conheceu Sigurd no ambiente dos negócios de madeira no qual ambos desenvolviam suas profissões. Sabia que Larsen havia ajudado a emigrar alguns amigos de negócios. Marcuse, que durante a guerra foi obrigado a trabalhos forçados, decidiu pedir ajuda a Larsen para que o ajudasse a escapar da Alemanha junto com sua esposa Gerda e seu amigo íntimo Kurt Levin. Depois de estudar o plano a fundo, Larsen se comprometeu a ajudar-lhe na fuga. Contudo, desaconselhou-lhe a Dinamarca como destino já que as tropas nazis a haviam ocupado. Como alternativa organizou uma exportação de madeira para a Suécia. Dentro de um dos vagões de carga habilitou um esconderijo. Em 24 de dezembro de 1942 Larsen fechou o vagão e durante quatro longos dias o contêiner com os três jovens a bordo ficou detido na estação de mercadorias de Berlim. Em 31 de dezembro de 1942 Joachim e Gerda Marcuse e Levin chegaram a Suécia onde foram reconhecidos como refugiados políticos.

Temeroso de que se descobrissem seu apoio ilegal, Larsen transladou pouco tempo depois seu comércio de madeira para a Dinamarca e se radicou com sua família em Copenhague.

Gertrud Luckner

Desde o começo do Terceiro Reich, Gertrud Luckner, nascida em 1900 em Liverpool, tomou consciência da magnitude da ameaça antissemita exercida pela ditadura nacional-socialista. Desde 1938 era empregada da Associação Alemã da Cáritas, depois de haver-se convertido dos Quackers para o catolicismo. Isso foi uma condição importante para sua ajuda, já que o acordo entre a Santa Sé e o Reich Alemão de 1933 protegia a atividade dos Cáritas. A partir de 1940 Gertrud Luckner enviava pacotes aos judeus de Stettin deportados a Lublin e, mais tarde, aos judeus do sul da Alemanha deportados para Gurs.

Em 1941 o arcebispo de Friburgo, Conrad Gröber, encarregou-lhe da "realização das tarefas especiais para a cura da alma", com a qual sua atividade ficava sob a proteção do bispo. Isto lhe outorgava possibilidades financeiras e de viagem que usava intensamente em suas atividades clandestinas. Gertrud Luckner transmitiu mensagens, encarregou a falsificação de passaportes e ajudou refugiados a fugirem da Alemanha. Utilizou a ampla rede de Cáritas para estabelecer contatos com pessoas de outras confissões dispostas a ajudar. Desde o início das deportações dos judeus intentou ajudar estes a se esconder e a sobreviver na clandestinidade. Em suas atividades foi apoiada, entre outros, por um grupo de católicos de Friburgo.

Não passou muito tempo antes sem que a Gestapo suspeitasse da atividade incansável de Gertrud Luckner. Foi vigiada e, por causa de uma denúncia contra sua pessoa, foi presa em 24 de março de 1943 sob as acusações de "atividade em favor dos judeus" e por manter "contatos com grupos contrários aos interesses do Estado". Depois de numerosos interrogatórios foi deportada no verão de 1943 para o campo de concentração de Ravensbruck, onde permaneceu encarcerada até o final da guerra.

Depois da guerra trabalhou em favor do diálogo entre cristãos e judeus.

Bibliografia:
1. Anton Maria Keim (Hrsg.), Yad Vashem, Die Judenretter aus Deutschland, Mainz/München 1983, S.92.
2. Hans-Josef Wollasch, "Betrifft: Nachrichtenzentrale des Erzbischofs Gröber in Freiburg". Die Ermittlungsakten der Geheimen Staatspolizei gegen Gertrud Luckner 1942-1944, Konstanz 1999.
3. Michael Kißener (Hrsg.), Widerstand gegen die Judenverfolgung, Konstanz 1996, S.227f.

Joachim e Gerda Marcuse

Gerda Berlowitz e Joachim Marcuse se conheceram ainda adolescentes em atividades da associação cultural judaica em Berlim. Ambos tinham simpatias pelo movimento socialista, foram perseguidos por serem judeus e foram obrigados a trabalhos forçados. Em janeiro de 1942 se casaram.

A jovem judia Hilma Ludomer trabalhava como capataz na mesma empresa na qual estava empregada Gerda Marcuse. Certo dia, ao Hilma derramar um balde de água enquanto limpava, um vigilante a acusou de cometer um ato de sabotagem e a ameaçou de avisar a Gestapo.

Gerda Marcuse, que presenciou o incidente, aparcebeu-se de imediato do perigo que corria sua colega. Instou seu esposo a esconder Hilma em seu apartamento. Nessa mesma noite Joachim foi buscar Hilma em sua casa e, depois de uma longa discussão com o pai, que acreditava que sua filha estava protegida por seus méritos como combatente na frente durante a Primeira Guerra Mundial, Marcuse pode levar a jovem. Quando, no dia seguinte, Hilma passou pela frente de seu domicílio, viu seus pais serem presos pela Gestapo. Hilma ficou duas semanas na casa de Gerda e Joachim, mas logo estes se viram obrigados a pedir-lhe que buscasse outro refúgio já que Joachim viu perigo em seu próprio plano de fuga, que estava preparando.

Hilma Ludomer sobreviveu em um esconderijo conseguido por um amigo que não era judeu, cujo nome ainda é desconhecido. Gerda e Joachim Marcuse conseguiram fugir para a Suécia graças a ajuda de Sigurd Larsen.

Fonte: The International Raoul Wallenberg Foundation (website, seção em espanhol)
Sigurd Larsen http://www.raoulwallenberg.net/es/salvadores/alemanes/rescate/sigurd-larsen/
Link morto: http://www.raoulwallenberg.net/go/?504010
Gertrud Luckner http://www.raoulwallenberg.net/?p=504011
Link morto: http://www.raoulwallenberg.net/go/?504011
Joachim e Gerda Marcuse http://www.raoulwallenberg.net/es/salvadores/alemanes/rescate/irene-kleber/
Link morto: http://www.raoulwallenberg.net/go/?504012
Tradução: Roberto Lucena

Ver também:
Salvadores Alemães 6 - Harald Poelchau e Frieda Rung

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