terça-feira, 22 de abril de 2008

Técnicas de Negação do Holocausto - Relatórios "Forenses"

Relatórios "Forenses"
Traduzido por Leo Gott à partir do link:
http://www.nizkor.org/features/techniques-of-denial/forensic.html

Autor: Richard Green

Esta página é uma breve análise dos relatórios "forenses" de Leuchter e Rudolf que provam supostamente que não aconteceram assassinatos em massa por exposição a cianeto de hidrogênio do Zyklon-B das câmaras de gás do complexo de Auschwitz-Birkenau.

Os links abaixo levam a análises mais profundas sobre estes relatórios “forenses”:
  • A FAQ sobre Leuchter analisa as afirmações do Relatório Leuchter com mais detalhes.
  • Markiewicz, Gubala, e Labedz, do Instituto de Pesquisa Forense de Cracóvia, Polônia, publicaram um verdadeiro relatório forense intitulado "Estudo do Conteúdo de Componentes de Cianeto nos Muros das Câmaras de Gás dos Antigos Campos de Concentração de Auschwitz e Birkenau", que joga por terra as conclusões dos relatórios Leuchter e Rudolf.
  • O ensaio Leuchter, Rudolf, e os Azuis de Ferro falam da química que constitui a falha principal dos relatórios Leuchter e Rudolf.
  • A segunda parte da FAQ sobre o cianeto de hidrogênio fala do Azul da Prússia e sua formação.
  • A FAQ sobre o Cianeto de Hidrogênio fala deste e se sua toxicidade.
    Diversas investigações forenses realizadas em Auschwitz-Birkenau desde 1945 encontraram provas do extermínio em massa que aconteceu ali.
    [1]
    Apesar destas provas e dos testemunhos
    [2],[3], Leuchter, Rudolf e outros negadores do Holocausto afirmam que os assassinatos em massa por exposição ao Cianeto de Hidrogênio (HCN) que contém no Zyklon-B não poderiam ocorrer nas câmaras de gás de Auschwitz-Birkenau.
Os negadores utilizam duas linhas de argumentação em suas reivindicações:
  • Dizem que não existem traços medíveis de Cianeto de Hidrogênio nas câmaras de gás.
  • Dizem que os gaseamento com Zyklon-B eram fisicamente impossíveis.

Ambas as afirmações são falsas.

Em apoio da primeira afirmação, citam os relatórios de Rudolf e Leuchter que mediram quantidades maiores de cianeto nas manchas azuis das câmaras de despiolhamento do que nas encontradas nas câmaras de gás empregadas para o extermínio.

Markiewicz, Gubala, e Labedz[4] fizeram medições por sua conta. Encontraram traços de cianeto nas câmaras de extermínio com níveis significativos comparados com os de outros edifícios do complexo de Auschwitz-Birkenau. Escreveram:
Este estudo demonstra que apesar de ter transcorrido um período de tempo considerável (uns 45 anos), nos muros das instalações que um dia estiveram em contato com o cianeto de hidrogênio foram conservadas quantidades de vestígios dos compostos que forma este componente do Zyklon-B. Isto é certo também para as ruínas das antigas câmaras de gás. Os compostos de cianeto aparecem nos materiais de construção só localmente, nos lugares onde tiveram condições para se formarem e permaneceram durante tanto tempo.

Em suas tergiversações deste relatório, os negadores do Holocausto citaram com frequência a seguinte frase:

No que diz respeito às ruínas, foi demonstrado a presença de cianeto na Câmara do Crematório II de Birkenau, evitando mencionar que esta frase se refere somente a um estudo preliminar realizado em 1990.
Depois de conhecer o Relatório Leuchter, os autores levaram a cabo um estudo mais detalhado.
Os resultados são mostrados em várias tabelas, e levam por terra as afirmações de Leuchter e Rudolf.

Os negadores assinalam que Leuchter e Rudolf mediram concentrações muito superiores de compostos de cianeto nas manchas azuis das câmaras de despiolhamento. Que os negadores meçam mais compostos de cianeto nas amostras das manchas azuis não é surpreendente, assumindo que estas manchas estão formadas por compostos de azul de ferro como o "azul da Prussia", como afirmam Leuchter e Rudolf. Markiewicz et. al. tiveram o cuidado de separar estes compostos de azul de ferro em sua comparação dos níveis de cianeto. A razão, é muito simples, é que a origem das manchas azuis não está ainda de todo claro, e não existem razões para assumir que a formação destes compostos tenha lugar sempre nos materiais de construção que ficam expostos ao HCN.

Para fazer credível que era impossível cometer o extermínio em massa utilizando Zyklon-B, os negadores se apoiam em umas poucas táticas. Assinalam corretamente que o cianeto de hidrogênio é líquido à temperatura ambiente. Eles negligenciam mencionar que a pressão de vapor em equilíbrio deste líquido a temperaturas baixas de várias ordens de magnitude maior que sua concentração letal. 300 ppm de HCN são rapidamente mortais. Na tabela seguinte [5] mostra a pressão de vapor em equilíbrio do HCN em função da temperatura:




Quando se revela esta treta, os negadores dizem que o HCN não se evapora o suficientemente rápido do Zyklon-B para alcançar uma pressão letal em um tempo razoável. G. Peters tem demonstrado que não é assim, inclusive em temperaturas baixas.[6]

Alternativamente, os negadores dizem que o HCN é demasiado perigoso que os homens das SS não dispunham de equipes suficientemente sofisticadas para manejá-lo com segurança, e que haveria levado muito tempo para ventilar a câmara. Ainda que havia um verdadeiro risco para os operários das câmaras se não fossem cuidadosos, tem que se assinalar vários pontos. Os Sonderkommandos que atuavam como operários eram prisioneiros, e o nível de segurança com que as SS tinham que trabalhar não é equivalente de maneira alguma com os padrões atuais nos Estados Unidos; as câmaras subterrâneas contavam com sistemas de ventilação; e às vezes entregavam máscaras anti-gás aos Sonderkommandos. Pressac[7]descreve um gaseamento que aconteceu em 13 de março de 1943:

Nessa mesma noite,1.492 mulheres, crianças e idosos selecionados de um comboio de 2.000 judeus do gueto de Cracóvia foram assassinados no novo crematório.133 Utilizaram seis quilos de Zyklon-B nas bocas das quatro colunas de metal situadas entre os pilares que sustentavam a sala.133 Em cinco minutos todas as vítimas estavam mortas. Colocaram em funcionamento o sistema de ventilação (8.000 m3 por hora) e o de extração (com a mesma potência), e depois de 15 e 20 minutos, o ar, que tinha sido renovado quase completamente depois três ou quatro minutos, já era suficientemente puro para que os membros do Sonderkommando entraram na agonizante e quente câmara de gas. Durante este primeiro gaseamento [na câmara nova do Krema II], os Sonderkommandos levaram máscaras anti-gás por precaução. Retiraram os cadáveres os levaram à plataforma. Lhes cortaram o cabelo, retiraram os dentes de ouro e também as alianças e as jóias que levavam.

Talvez a única questão que resta por responder aos negadores é se conhecem as provas que têm contra suas teorias ou se eles crêem de verdade no que dizem ou se são perfeitamente conscientes das falhas de suas teorias.

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