terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Lula vai a ato em memória de vítimas do Holocausto

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visita hoje a sinagoga Beit Yaacov para participar da solenidade do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. Lula relembra anualmente a data em São Paulo, mas, de acordo com membros da comunidade judaica, a visita presidencial deste ano tem um valor simbólico muito grande, sobretudo em razão dos conflitos na Faixa de Gaza. Depois de uma trégua de nove dias, o cessar-fogo foi quebrado hoje, quando uma bomba palestina matou um soldado israelense e feriu outros três. Em resposta, Israel reagiu com um ataque aéreo.

Na avaliação do presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib), Cláudio Lottenberg, a presença de Lula tem "um valor simbólico muito grande". "O Brasil sempre primou pelo bom relacionamento com a comunidade judaica", disse, e emendou: "O fato de o presidente estar presente pessoalmente reforça esse compromisso do País." Lottenberg elogiou a postura de "estadista" de Lula por comparecer à solenidade, principalmente em um "momento delicado" como o atual, em vista dos conflitos na Faixa de Gaza.

A visita de Lula à sinagoga também ocorre pouco depois da polêmica dentro do PT sobre a posição do partido em relação ao confronto em Gaza. Em nota assinada pelo presidente nacional do PT, deputado federal Ricardo Berzoini (SP), o partido condenou, no início do mês, os ataques de Israel contra a Faixa de Gaza e comparou a ofensiva às práticas nazistas. "Feitos sob pretexto de 'combater o terrorismo', os ataques de Israel terão como resultado alimentar o ódio popular e as fileiras de todas as organizações que lutam contra os EUA e seus aliados no Oriente Médio, aumentando a tensão mundial", afirmou Berzoini no documento.

A nota oficial do PT foi rechaçada 15 dias depois por um grupo de 36 filiados do partido. Em carta, o grupo afirmava que o primeiro texto, entre outras falhas, "distorce o fenômeno histórico do nazismo". A carta foi subscrita por dois ministros - Tarso Genro, da Justiça, e Fernando Haddad, Educação -, pelo senador Aloizio Mercadante (SP) e outros dirigentes. "Gostaríamos de manifestar publicamente desacordo", disseram eles no comunicado.

Genro é, por sinal, um dos ministros que acompanharão Lula na solenidade de hoje, marcada para as 18 horas. Também estarão presentes o secretário especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), o prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab (DEM) e o arcebispo Dom Odilo Scherer.

Fonte: Agência Estado/G1
http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL974316-5598,00-LULA+VAI+A+ATO+EM+MEMORIA+DE+VITIMAS+DO+HOLOCAUSTO.html

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