domingo, 27 de dezembro de 2009

Alemanha: Êxitos eleitorais da extrema-direita catalizam violência neonazi, avisa chefe da polícia judiciária

Internacional
Lusa

Os sucessos eleitorais do Partido Nacional-Democrático da Alemanha (NPD), principal força da extrema-direita alemã 'podem ter efeitos catalizadores' para os neonazis dispostos à violência, advertiu hoje em Berlim o presidente da Polícia Judiciária federal (BKA).

Joerg Ziercke sublinhou que, apesar de não haver uma 'ligação institucional” entre o NPD e os delinquentes neonazis, “há militantes deste partido envolvidos em actos de violência extremista, e que se destacam como delinquentes”.

“As pessoas em questão têm em média 24 anos, um baixo nível de qualificação, provêm de famílias pouco harmoniosas e, em regra, praticam delitos violentos”, disse o chefe da BKA.

De acordo com Joerg Ziercke, um estudo da Universidade de Dresden revelou que três quartos dos delitos violentos foram praticados em locais públicos, com especial incidência nas proximidades de estações ferroviárias, paragens de autocarros ou ruas com cervejarias.

Segundo dados da BKA, em 2009 registaram-se cerca de 20 mil delitos praticados por elementos da extrema-direita, entre os quais mil actos violentos.

Cerca de dois terços foram delitos de propaganda fascista ou neonazi, muitos dos quais com recurso á internet, através de servidores localizados no estrangeiro.

Desde a reunificação alemã, em 1990, a violência da extrema-direita fez 47 vítimas mortais, de acordo com as estatísticas oficiais.

Levantamentos efectuados pela imprensa alemã e por organizações anti-fascistas apontam, no entanto, para mais de 100 mortos às mãos de caceteiros neonazis na Alemanha, porque a polícia nem sempre atribui aos crimes carácter político.

A primeira vítima da violência nazi já na Alemanha reunificada foi o angolano Amadeu António Kiowa, espancado até à morte com bastões de basebol por neonazis em Dezembro de 1990 em Eberswalde, no leste do país.

Outro caso tristemente célebre foi a agressão neonazi que provocou a morte do moçambicano Alberto Adriano, em Junho de 2000, em Dessau, (leste).

Em Junho de 1998, o operário português Nuno Fontinha foi também espancado por um grupo de “hooligans” alemães, vindo a falecer meses depois, já em Portugal, em consequência dos graves ferimentos sofridos.

Fonte: Lusa/Correio do Minho(Portugal)
http://www.correiodominho.com/noticias.php?id=19689

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